SOLDADURA
Soldadura na Indústria
Em qualquer meio industrial, continua a ser usual observar que nem sempre os processos de soldadura que estão a ser aplicados num determinado produto, são os mais rentáveis para a empresa. Desta forma é importante que as empresas continuem a atualizar e a promover as competências técnicas dos seus soldadores que contribuem decisivamente para uma boa sustentabilidade financeira.
José Cruz • Gestor de Projetos de Formação e Consultoria em Mecânica Industrial
Asoldadura em Portugal sempre foi uma atividade industrial de referência para a economia nacional e, apesar da atual conjuntura nacional e internacional promove uma enorme empregabilidade. As empresas portuguesas devem continuar a atualizar e a promover as competências técnicas dos soldadores porque dessa forma conseguem, ter profissionais certificados e bem preparados tecnologicamente, para alcançar bons padrões de qualidade e bons índices de produtividade que contribuem decisivamente para uma boa sustentabilidade financeira.
É uma preocupação constante, tanto dos fabricantes de equipamentos como das empresas de metalomecânica que a soldadura se torne, cada vez mais, uma atividade que contribua decisivamente para a rentabilidade do projeto onde está a ser aplicada. Para que isso aconteça, diversos fatores devem ser previamente analisados, designadamente:
– Procedimento de soldadura;
– Material a soldar;
– Local onde se vai realizar a soldadura;
– Consumíveis que devem ser utilizados;
– Escolha correta do gás de proteção;
– Qualidade exigida e verificada (ex. RX industrial).
Na indústria ao optar pela realização de determinado processo de soldadura em detrimento de outro devemos ter presente que os custos associados são sempre repartidos pelo preço da mão-de-obra, material de adição, equipamento necessário, eletricidade e o gás. Neste sentido, a decisão para soldar determinada liga num ou noutro processo deve de ser previamente estudada e verificada se a relação preço/qualidade é a mais indicada.
As novas tecnologias relacionadas com a soldadura MIG MAG (Metal Inert Gas/ Metal Active Gas), TIG (Tugsten Inert Gas) e Laser, são aquelas que despertam mais atenção, em primeiro lugar, às empresas porque estão intimamente ligadas à rentabilidade e ao custo fixo final do seu produto; em segundo, aos profissionais porque necessitam de atualizações constantes para poderem trabalhar em qualquer processo de soldadura e serem reconhecidos na profissão; e por último, aos Centros de Formação que têm de estar tecnológica e pedagogicamente preparados para formar com qualidade, tanto formandos em formação inicial, como profissionais em formação contínua. Sendo os processos de Soldadura em questão:
PROCESSOS DE SOLDADURA
A soldadura MIG/MAG é um processo de soldadura através de um arco elétrico entre um elétrodo contínuo consumível, vulgarmente denominado por arame, e o metal base que se deseja soldar. A proteção do arco elétrico e do banho de fusão é obtida através de um gás de proteção, normalmente são misturas de Árgon com CO2, no caso de soldadura da maioria dos aços estruturais e misturas de Árgon com O2 quando se trata de outras ligas.
A soldadura TIG é um processo de soldadura por arco elétrico, feita numa atmosfera de gás inerte (maioritariamente o Árgon), com um elétrodo de Tungsténio não consumível. Nas uniões onde é necessário material de adição fornece-se à zona de fusão uma vareta que se vai fundindo com o material base. Pode-se dizer que é um processo de soldadura efetuado mesmo manualmente, com grandes níveis de qualidade.
A soldadura LASER (Light Amplificaded by Stimulated with Emission of Radiation), neste momento, surge como uma alternativa credível devido às suas vantagens:
– A zona afetada é termicamente pequena;
– Velocidade de soldadura elevada;
– Raras deformações;
– Soldaduras de diversas espessuras numa só face, através da técnica Key-Hole.
A soldadura Laser por condução aplica-se a espessuras finas (até 1.5mm), utilizam-se laser de baixa potência e o aquecimento é realizado por condução térmica. Na Soldadura Laser com penetração, utilizam-se lasers de elevada potência (2 a 40KW). Neste processo é igualmente utilizado um gás de proteção, e poderá ser utilizado ou não, material de adição em forma de fio consumível. No caso de não se utilizar material de adição, é designado por processo de Soldadura Laser Autogénea, onde apenas o material base é fundido através do feixe de laser.
Em qualquer meio industrial continua a ser usual observar que nem sempre os processos de soldadura que estão a ser aplicados em determinado produto são aqueles mais rentáveis para a empresa. Na maior parte das vezes isso acontece por um lado, pelo desconhecimento técnico existente e por outro, pela falta de recursos financeiros para investimento em equipamento.
É por isso imperativo uma aposta contínua na formação em soldadura porque só dessa forma é possível capacitar os soldadores com fortes conhecimentos técnicos para ajudarem a empresa a tomar as melhores decisões em prol de uma boa sustentabilidade financeira.
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