VEÍCULOS ELÉTRICOS E HÍBRIDOS
Baterias automóveis - O que difere nos veículos elétricos e híbridos?
É necessário que as baterias utilizadas nos veículos elétricos e híbridos trabalhem na gama de uma determinada temperatura. Uma modificação da gestão da temperatura pode assim influenciar no processo de deteorização da bateria, reduzindo o tempo de vida útil da mesma.
José Peniche • Gestor de Projetos de Formação em Mecatrónica Automóvel
A bateria de alta tensão é essencial para o bom funcionamento de um veículo elétrico e híbrido. Esta deve fornecer rapidamente e de forma fiável importantes quantidades de energia por forma a conseguir movimentar o veículo.
As baterias mais utilizadas até aos dias de hoje são as de hidretos metálicos. Mas atualmente os fabricantes começam a dar preferência às baterias de ions de lítio porque permitem reduzir de forma significativa o tamanho e o peso das mesmas e permitem ter uma maior autonomia.
É necessário que as baterias utilizadas nos veículos elétricos e híbridos trabalhem na gama de uma determinada temperatura. Uma temperatura superior a 40º C reduz a vida útil da bateria, assim como uma temperatura inferior a -10º C reduz o rendimento e a potência da mesma. Picos de carga temporárias ligados a fluxos de recuperação elevados, provocam um aquecimento considerável das células. As temperaturas externas elevadas durante o verão, podem fazer com que facilmente a temperatura de 40º C seja atingida provocando um envelhecimento mais rápido e falhas prematuras na bateria. Os construtores baseiam-se numa duração de vida útil do veículo para calcular a vida útil da bateria (mais ou menos 8 a 10 anos). Uma modificação da gestão da temperatura pode assim influenciar no processo de deteorização da bateria.
Sistema de Refrigeração mais comum
Até ao momento a forma mais comum de refrigerar as baterias destes veículos é através do ar do habitáculo, que se encontra a uma temperatura média de 22º C. Esta refrigeração ocorre através da aspiração do ar do interior do habitáculo para o exterior, para que este seja empurrado de forma a atravessar o conjunto de baterias, no entanto existem alguns inconvenientes neste sistema nomeadamente:
– Fraca eficácia de refrigeração;
– O ar aspirado do habitáculo não pode ser utilizado para reduzir uniformemente a temperatura;
– Esforço considerável de canalização do ar;
– Ruídos no habitáculo provocados pelo ventilador;
– As condutas criam uma ligação direta entre o habitáculo e a bateria (desgaseificação da bateria);
– Criação de poeiras e sujidade sobre as baterias. (Esta camada conjuntamente com a humidade pode provocar ou proporcionar aquilo que se chama de "Corrente de fuga da bateria").
Sistema de Refrigeração mais moderno
As novas gerações de baterias como é o caso do VW Gte, são refrigeradas pelo líquido de refrigeração. Trata-se de um circuito independente e blindado por questões de segurança. Caso exista falta de líquido no reservatório estamos perante um cenário perigoso e só o técnico, devidamente habilitado, poderá verificar essa falta. No caso de falta de líquido, o mesmo pode estar em fuga no interior de um dos elementos do circuito do líquido de refrigeração para os componentes de alta tensão, sendo estes:
– O carregador de bateria de alta tensão;
– O módulo eletrónico de potência e controlo;
– Esforço considerável de canalização do ar;
– A bateria de alta tensão.
Fig. 1 | Veículo Elétrico.
Fig. 2 | Monitor de Energia da Bateria.
Fig. 3 | Ventilador para refrigeração da bateria.
(Fonte: www.pexels.com e Fotografias ATEC)
SOBRE O AUTOR
José Peniche
Licenciado em Eng.ª Mecânica pela EPSIC, em Lausanne e Licenciado em Tecnologia de Gestão Industrial, pelo ESTS-IPS, em Setúbal. Conta com várias certificações internacionais, entre as quais o certificado pela EDUCAM, na Bélgica para a Manipulação e Intervenção em veículos elétricos e híbridos (VEH) e o certificado pelo CFI, em França para a Intervenção e Manipulação de equipamentos com Gases fluorados.
Adicionalmente, está autorizado pelo IMTT, para a Coordenação e Formação de Sistemas de GPL/GN.
Iniciou a sua atividade na ATEC em 2005, como Formador, assumindo depois a função de coordenador de formação. Posteriormente, em 2012 assumiu o desenvolvimento de ações de formação para o segmento empresarial do sector automóvel.
Em 2015 assumiu a responsabilidade da área de Mecatrónica Automóvel da ATEC para o segmento empresarial, tornando-se Gestor de projetos de formação e consultoria da área em questão, função esta que desempenhou até abril de 2021.
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