A indústria em geral, e o contexto produtivo em particular, constituem ambientes corporativos complexose exigentes, quer ao nível de operador, quer ao nível da liderança. A crescente exigência a que o mercado obriga, requer que no “chão de fábrica” sejam desenvolvidas e postas em prática uma série de competências, habilidades e saberes cada vez mais transversais e intrincados.
Por Elisabete Silvestre, Gestora de Projetos de Formação em Desenvolvimento Pessoal e Organizacional
Atualmente não basta ser especialista no produto ou ser aquele que melhor domina o processo produtivo. O paradigma de que o melhor especialista será também a melhor chefia da equipa está cada vez mais obsoleto.
Já o “Princípio de Peter”o dita: numa organização hierárquica, os funcionários tendem a ser promovidos até chegarem a um cargo para o qual são incompetentes e depois lá permanecem. E, mais relevante e crítico ainda, muitas das vezes, sem que lhes seja disponibilizada qualquer preparação prévia para esse cargo. De uma forma simplista e geral, as primeiras linhas hierárquicas em contexto de produção (e aqui leia-se bottom-up,ou seja chefes de equipa, supervisores e encarregados) são responsáveis por garantir que no final da linha de produção uma matéria-prima seja transformada num produto acabado,em conformidade com as especificações técnicas, processuais e de qualidade, o planeamento previsto e uma alocação eficiente de todos os recursos envolvidos.
Tudo isto requer a correlação e interação em sincronia perfeita destes recursos, sejam eles humanos, materiais e logísticos, atendendo a prazos e necessidades variáveis.
A crescente complexidade do mercado, das tecnologias e da atividade industrial, requer que mesmo os níveis hierárquicos mais baixos tenham que estar cada vez mais atentos e ser conhecedores de aspetos que no passado estavam mais centrados nas hierarquias superiores. Temas específicos centrados nas hierarquias superiores. Temas específicos inerentes à Gestão, Legislação e Regulamentação em Contexto Industrial são parte do dia-a-dia de quem chefia equipas de produção. A acrescer, as soft skills andam de mão em mão com o conhecimento e saberes técnicos e processuais, sendo cada vez mais determinantes no sucesso das equipas, o que torna imprescindível o desenvolvimento de competências de comunicação, liderança e gestão e desenvolvimento de pessoas para se assegurar o desempenho esperado dos trabalhadores e das respetivas equipas.
Os conhecimentos existentes por si só já não bastam, estejam estes assentes na experiência acumulada ou num grau académico. O atual ambiente VICA (Volátil, Incerto, Complexoe Ambíguo) em que as empresas vivem, exige dos colaboradores,e mais ainda das suas chefias, uma atuação assente em agilidade, flexibilidade, criatividade, capacidade de análise e orientada para a resolução de problemas, mas também a capacidade de envolvimento, motivação e cooperação. Há também que preparar estes níveis hierárquicos para desenvolverem uma visão mais macro da sua área de intervenção e do negócio, por forma a se conseguir um perfeito alinhamento desde a visão estratégica da empresa aos objetivos operacionais das equipas. O desenvolvimento e capacitação destes profissionais para o seu papel de “líder e gestor” é portanto um fator crítico de sucesso para a performance de qualquer organização.
As organizações devem ter como missão preparar as suas chefias para os desafios que irão enfrentar nas suas jornadas enquanto líderes, munindo-os de um “Passaporte (de) Liderança” que lhes abra as fronteiras para enfrentar os desafios que o seu papel de liderança lhes coloca diariamente.
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