ARTIGO DE OPINIÃO
“Skilling”, “upskilling” e “reskilling” podem ser solução
Prática e focada em acrescentar valor à atividade dos empregadores, a formação profissional é cada vez mais necessária, valorizada e reconhecida pelo mercado de trabalho.
João Carlos Costa • diretor-geral da ATEC
Apar da formação profissional qualificante, a qualificação e a requalificação técnicas têm-se revelado importantes alavancas no desenvolvimento sustentado das empresas e da economia. Bem mais que uma alternativa ao ensino superior, a formação profissional apresenta-se como uma solução, não só para os jovens que ingressam no ensino secundário, mas também aqueles que o terminam, bem como para as próprias empresas, que passam a beneficiar de profissionais qualificados. Prática e focada em acrescentar valor à atividade dos empregadores, a formação profissional é cada vez mais necessária, valorizada e reconhecida pelo mercado de trabalho.
A formação contínua de profissionais no ativo, por outro lado, é hoje outro dos pilares da sustentabilidade empresarial, seja em processos de requalificação ou de reconversão de colaboradores. O investimento em upskilling e reskilling já é uma realidade para empresas que procuram crescer de forma orgânica. À medida que a tecnologia e os negócios evoluem, as competências necessárias para desempenhar determinada tarefa também mudam.
Além de garantir a sustentabilidade das empresas e a própria atratividade dos profissionais, a formação contínua promove uma melhor e mais rápida adaptação às mudanças e às condições do mercado. Paralelamente, além de fomentar a inovação, a formação funciona também como uma estratégia de retenção de talento reduzindo a necessidade de recrutar e formar novos colaboradores, com os custos daí advindos.
A procura de programas de upskilling e reskilling tem levado ao desenvolvimento de múltiplas soluções de formação. São desenhados de acordo com as necessidades das empresas. Podem ser genéricos para garantir a formação inicial, ou desenhados à medida, para adaptação as funções ou atividades específicas. Neste último caso, consideramos ser crucial ter como ponto de partida o recurso à nossa ferramenta de Assessment Técnico, que nos permite mapear as competências atuais dos participantes e com base nesta informação delinear o programa de formação solicitado. Independente da opção escolhida, a formação profissional caracteriza-se pela transmissão de conhecimentos e aptidões práticas necessárias ao desempenho de funções particulares e diretamente aplicáveis à profissão.
Aliadas às competências técnicas, a maioria destes programas de qualificação ou reconversão inclui, ainda, o desenvolvimento de competências transversais que permitem adquirir um conjunto de atitudes fundamentais para potenciar as competências técnicas. Aprender a aprender, resolução de problemas, trabalho em equipa são apenas alguns exemplos que poderão garantir uma carreira profissional de sucesso. Particularmente importante é também a formação ao nível dos cargos de liderança, principalmente de chefias operacionais, a primeira linha hierárquica de contacto com as equipas, e que enfrentam hoje novos desafios como a diversidade etária, cultural e de género, em paralelo com evolução tecnológica muito rápida.
Menos Teoria, Mais Prática
Os programas técnicos enfatizam a aprendizagem pela aplicação prática do conhecimento, permitindo aos participantes ganharem experiência real nas suas áreas de atuação. Mais curta e mais focada a formação contínua traz vantagens de economia de tempo e de custos. Uma questão que ganha particular relevância em cenários de rápida evolução tecnológica em que é necessário requalificar ou reconverter profissionais de forma regular, ou no caso de jovens adultos que precisem de uma qualificação especializada para rapidamente (re)ingressarem no mercado de trabalho.
Desenvolver Talentos Internos
O desempenho e a especificidade associados a determinadas profissões são fundamentais para o crescimento económico. Graças ao reforço do conhecimento técnico e ao desenvolvimento tecnológico, há cada vez mais espaço para crescer, dentro das empresas. Numa época em que tanto se fala nas empresas de escassez e retenção de talento, a formação poderá ser uma das soluções para melhorar a atratividade. Quaisquer alterações na empresa e na própria mobilidade interna requerem adaptação.
O investimento em programas de reconversão e requalificação via formação permite às empresas apostarem no talento interno, colaboradores experientes, para preencher posições especializadas ou de liderança, proporcionando oportunidades para o crescimento e a progressão na carreira dentro da organização. Um investimento seguro, dentro dos próprios quadros, e uma estratégia inteligente assente na motivação, na aprendizagem e na valorização contínua, um espelho do seu compromisso para com a organização.
Artigo publicado originalmente no portal ECO. Ver original AQUI.
SOBRE O AUTOR
João Carlos Costa
Licenciado em Eng.ª Mecânica pelo Instituto Superior Técnico e com master em Business Administration pela Universidade Católica.
Iniciou a sua atividade profissional na EDP, em 1993 integrou a Volkswagen Autoeuropa onde desempenhou função de manager de departamento na produção e mais tarde nos RH.
Em 2004 assumiu a direção da AutoVision, cargo que desempenhou até dezembro de 2015 altura em que assumiu a direção da ATEC – Academia de Formação.